Tekken Tag Tournament 2

O último game da série Tekken não poderia ter chegado em melhor hora. Todo mundo assistindo aos campeonatos gringos, falando sobre o "gênero que ressurge" e cheio de rivais para servir de comparação. Tekken 6 veio antes de SFIV nos arcades, ficou "parado" no tempo até 2009, quando sua última versão (Bloodline Rebellion) foi lançado nos consoles, e aí sim, podia ser comparado com alguma coisa. Tekken Tag Tournament 2 ressuscita as batalhas entre duplas do Iron Fist Tournament, tem o maior elenco de lutadores da série, infinitas possibilidades de personalização e mais uma chance de truinfar no mundo dos jogos de luta em 3D.

O desafio de manter-se no controle

Fala a verdade, não tem coisa mais óbvia para um jogo de luta - quando não se sabe absolutamente nada a respeito dele - do que chacoalhar o controle desesperadamente no intuito de "o que vier é lucro". No quesito luta 3D a coisa fica pior/melhor ainda, com combinações de botões apertadas de forma aleatória transformadas em um combo de 50% de dano (ou o clássico 'Ring Out', quando existe a possibilidade). Vai lhe proporcionar diversão? Sem dúvida. Mas por que aprender a forma correta dos golpes também não lhe proporcionaria uma satisfação igual, ou até maior?

Com o Fight Lab, TTT2 se propõe a entregar a experiência definitiva ao jogador. Um modo diferente de aprendizado, que ensina por meio de mini games toda a mecânica de jogo. Dos socos mais simples aos contra ataques mais elaborados, passando por técnicas de defesa, tempo para counters e agarrões.

A principal mecânica de combate em TTT2, que envolve ambos os personagens em combos coordenados também é ensinada durante o Fight Lab. O problema é que ela é uma das últimas missões a serem vencidas, o que o obrigará a gastar algumas horas no modo. A utilização do seu parceiro em momentos chaves da partida é essencial para uma estratégia mais recompensadora nos combates em TTT2. E mesmo parecendo muito complexo, com certeza você notará certos indicadores de tempo para a realização do comando (aqueles círculos que pipocam em alguns golpes, por exemplo).



Com uma história de enfeite envolvendo Violet, milhões de dólares e um robô lutador, você precisa "ensinar" tudo que puder para ele, com o intuito de transformá-lo na arma definitiva. O Fight Lab tem até lutas contra chefes, que o fazem colocar em uso tudo o que foi aprendido na fase anterior. O modo de jogo é mais que um simples tutorial, envolvendo algumas horas de dedicação do jogador. Nada contra a experiência, mas um modo mais simples, que ensinasse ao menos as mecânicas mais simples de troca e ataques combinados poderia estar disponível também.

Maior de todos

Tekken Tag Tournament 2 tem o maior elenco de lutadores da série. Como TTT2 não faz parte da cronologia principal da franquia, pouco importa quais lutadores estarão presentes no game. Vivos ou mortos, em um 'Dream Match' o que vale é o seu apelo perante os fãs, que desempenharam um papel fundamental no retorno de certos lutadores.

E antes das pedras, uma verdade: apesar de (extremamente) parecidos, Marshall Law e Forest Law - só para citar um exemplo - não se movimentam exatamente da mesma maneira. O mesmo vale para quase todos os lutadores "inspirados" em coleguinhas. Não são muitas as diferenças, mas elas existem para evitar aquela escolha clássica de Homem-Aranha e Homem-Aranha de Ferro, lá do antológico Marvel vs. Street Fighter. Aqui a semelhança é mais do que óbvia (e muitas vezes hilária), mas as pequenas mudanças definem formas diferentes de aproveitar os personagens.



Outra peculiaridade do elenco de TTT2, é que todos os personagens do jogo estarão disponíveis sem que o jogador necessite comprá-los separadamente. Em um mundo que entrega jogos de luta em pedaços (pagos), nada melhor que escutar do próprio criador/produtor do game que o mesmo não terá DLCs de personagens pagos...

Extreeeeme Make Over

... Mas é claro que existirão DLCs pagos, mas não influenciarão em nenhum momento na jogabilidade do mesmo. A opção de personalizar seu lutador é levada ao pé da letra. São tantas as possibilidades que fazem você ficar com saudades das vestimentas originais dos lutadores.

Nesse aspecto, o modo arcade me lembrou um pouco a época do SFII Hyper Fighting, em que quase nunca víamos os lutadores em seus trajes originais. O Arcade Mode de TTT2 visualmente lembra muito SFIIHF, pelo fato de nunca apresentar seus adversários "normais". Balões na cintura, espadas em punho, descamisados de touca, biquínis e qualquer outra coisa que possa servir como enfeite para o lutador.

E se o computador já é criativo o suficiente para tirar você do sério - humoristicamente falando - no modo online a coisa só piora. Gente vestindo sunga, fundoshi (aquela cuequinha básica dos lutadores de Sumô), coroas de reis, colants de bailarinos, com buquês de flores, ursinhos de pelúcia e tudo mais de ridículo e fora de contexto que você conseguir pensar para colocar em um único personagem. São tantas as possibilidades que em determinados momentos fica impossível saber quem estamos enfrentando.



É possível adquirir quase todos os itens de personalização comprando-os com o dinheiro virtual arrecadado em cada uma das suas partidas. E mesmo o item mais ridículo da lista de compras pode ser uma facada no seu bolso. Nem no mundo dos games as coisas são fáceis, está dificíl para todo mundo, veja você.

Uma das opções do menu principal do jogo também possibilita a personalização das músicas tocadas durante as partidas. O jogador pode escolher quais vão tocar, quais serão abolidas e também utilizar uma própria playlist, com as MP3s que escolher.

Instalação Obrigatória (bem vinda) e a WTF

O maior problema de Tekken 6, sem dúvida, eram os demorados loadings entre a escolha dos personagens e as lutas em si. Em determinados momentos, mesmo a figura do personagem na tela de seleção demorava a aparecer. Com a instalação obrigatória de 7 GB (no PS3) tudo rolou de forma mais rápida. E nem demora tanto assim, se você parar para comparar com a instalação de GT5 ou MGS4.

O jogadores de TTT2 podem participar de uma rede mundial de praticantes das lutas virtuais. A World Tekken Federation (WTF) é uma organização oficial que tem o intuito de agregar os dados de todos os jogadores. Status de batalhas, PSNIDs, Gametags e a possibilidade de criar ou fazer parte de um time, que tem como objetivo acumular o maior número de pontos (com vitórias) e perdurar como a melhor equipe de jogadores de Tekken do mundo.



O foco principal das batalhas analisadas pela WTF serão as que fizerem parte das Ranked Matches, e tenha certeza que adversários não vão faltar. Apesar do costumeiro lag entre partidas internacionais, é possível divertir-se entre jogadores brasileiros até que de uma forma sustentável. É claro que um jogador menos habituado aos moldes de Tekken (nitidamente o meu caso, serei sincero) pode notar menos delay que alguém já calejado, mas posso afirmar com certeza que a latência quando ambos estão em boas conexões é quase nula.

Tekken Tag Tournament 2 era um dos jogos de luta 3D mais esperado pelos fãs. Mesmo com concorrentes de peso como Dead or Alive (que em breve também receberá um novo game) e Virtua Fighter V Final Showdown, mostra-se forte entre os fãs e mantém-se engajado em sua própria mecânica de juggles, muitas vezes satirizada por fãs de outras franquias. Ainda faz quicar, mas de uma forma que ninguém mais faz, com precisão e criatividade para infinitas variações. Agora basta voltar ao Evolution, a celebração dos jogos de luta em forma de campeonato, para consagrar-se de fato.